Hoje não, amanhã, talvez... Ontem, nunca!

[orkut] Marcondes, Raisa Larissa
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[facebook] Raisa Marcondes

''Escrever é o que me liberta e me faz imaginar
imaginar um mundo onde não tenha que me calar
Esperar por amanhãs melhores e noites mais quentes
Onde a lua não se esconde, onde a dor não se sente''

21 março 2011

MANUAL DE REPORTAGEM



Tá aí! Depois da decisão do supremo de não exigir a obrigatoriedade do diploma de jornalista, o amigo Rafinha Bastos, muito sagaz e detentor de talento para humor inteligente/irônico, difícil de fazer hoje em dia, mas feito de forma satisfatória pelo amigo jornalista, nos trás um videzinho bem legal sobre como ser repórter.

Você amigo que está começando agora em programas como o ''Tribuna na massa'', ''Pinga Fogo na TV'' e similares, não pode perder este ''Manual da Redação para os jornalistas não formados que se dizem jornalistas, mas na verdade não são''. O título é longo, mas as dicas são fáceis de captar. Entende?


Bom proveito, focas!

13 março 2011

CRÍTICA – BRAVURA INDÔMITA



Os irmãos Cohen trazem para o ano de 2011 uma história sobre bravura, como se pode notar pelo título do filme. Mas a bravura indômita está tanto para os atores quanto para os próprios diretores, quando estes se propuseram a refilmar uma história que o tempo tornou clássica... para alguns.














Estamos no clima de velho oeste, no estado do Arkansas. A história é narrada pela protagonista (apesar de a academia discordar), Hailee Steinfield . Uma menina que teve o pai assassinado e busca vingança. Como parte do plano, pretende contratar os serviços de Reuben J. ''Ruester'' Cogburn, interpretado pelo superestimado Jeff Bridges. Este é um beberrão, mas o melhor policial federal do Arkansas. Sabendo disso, a menina o contrata e assim começa uma caçada pelo assassino, para que este seja enforcado (punição da época), por ter matado o pai de Mattie Ross (Steinfield).

Uma história que nos traz a seguinte fala de Mattie Ross, quando justifica a decisão de ter contratado o personagem de Brigdes: “Me disseram que o senhor é um homem de bravura indômita’’. Isso por si só deveria revelar que a bravura a qual se refere o título deve-se ao MarshallMas não foi essa impressão que tive ao terminar de ver o filme. 

Quem mostra a real bravura é a menina de 13 anos, interpretada por Steinfield, de maneira magistral para a pouca idade da atriz. Ela se entrega e nos entrega uma personagem de caráter forte, que não teme ir atrás do assassino do pai, mesmo que isso signifique dormir no chão e acampar em péssimas condições. A bravura vem como a característica marcante dessa menina que nos encanta na tela.

Tecnicamente falando, o filme impressiona. Não pelo trabalho de direção de arte, como foi aclamado pela academia. Mas pela fotografia. Os Cohen sabem mexer nas câmeras. Nada fora de série, mas um trabalho digno de aprovação de qualquer cinéfilo. É um filme bonito de se ver. Paisagens muito bem mostradas na tela. Figurino também não fica para trás. Apesar de, novamente, não ser nada espetacular, é um trabalho legitimador de uma época há muito esquecida pelo cinema. 





Será que Bravura Indômita marcará uma volta aos filmes western? Se sim, será digno de estrear a volta, mas não um clássico desse ano. Longe disso.






Entretanto, o filme vale a pena só pela interpretação bem carregada. Cada ator explorou muito bem a dramaticidade de seus personagens. Seja imitando um sotaque ou fazendo caretas, o espírito de velho oeste impera nesse longa saudosista. Algo que nos faz querer mais filmes que retratem essa época tão cheia de riqueza cinematográfica, mas como dito antes, um pouco esquecida.




10 março 2011

Crítica - Bruna Surfistinha






Olá, leitores! Eu sei, eu estava sumida e não postei nada no carnaval. Não, nem pense que eu estava no bloco da Preta Gil pulando e jogando confete na rua... Porque não sai de casa o carnaval inteiro e não se joga mais confete na rua durante o carnaval. Como disse a grande jornalista Rachel Sheherazade, isso “foi nos tempos de outrora”.










Vamos ao filme? Isso mesmo! Bruna Surfistinha. Quando foi lançado o filme “O auto da compadecida”, eu disse pra mim mesma: “Daqui a mais uns 10 anos o cinema brasileiro vai estar muito melhor e as produções bem mais trabalhadas e com narrativas mais bem elaboradas e humanizadas”. Batata! Dito e feito! Prova disso é “Bruna Surfistinha”.






A narrativa, linear, todos nós conhecemos: “Uma menina chamada Rachel, que aos 17 anos, saiu de casa (casa de boa família), para virar garota de programa e assim se libertar de todo aquele universo – casa, escola, pais – que a prendia. Mentindo, dizendo que tinha 18 anos, é aceita em um bordel (?!?!?!?) pela cafetina dona do lugar. Assim Bruna nos confessa e, no filme, escreve em seu diário sobre todos os clientes que já teve e as particularidades de cada um. É mais uma história de um ser humano querendo se encontrar, do que sobre prostituição. E diferentemente do que pensam muitos, não é a volta da pornochanchada.

Com certeza você, no programas de TV e afins, ouviu muito falar da atuação de “Déborah Secco”, que interpreta Bruna. Eu fiquei embasbacada com o que vi. É lógico que em novelas da Globo, nós não conseguimos ter uma real noção da capacidade interpretativa do ator, porque ou o personagem não tem nenhuma dramaticidade ou, se tem, não há tempo para gastar em explorá-la. Salvo alguns casos raros.

E dramaticidade do personagem foi o que recebemos muito bem pela atuação de Déborah. A cena que mais me chamou a atenção foi a do primeiro programa de Bruna. Déborah nos traz uma menina que quer seguir em frente, mas está tão insegura quanto no primeiro dia de aula. O misto de insegurança e nojo em sua face, assim como desejo de permanecer, rende-lhe aplausos. E ouso dizer: Aplausos de pé!






O cinema brasileiro está em alta. E com tantos filmes bons sendo lançados e curtas maravilhosos vindo à tona (exemplo disso é o curta “Eu não quero voltar sozinho”), é triste o fato de que o filme escolhido para nos representar no Oscar desse ano, na categoria “melhor filme estrangeiro”, tenha sido uma campanha política clicherizada. Tenho dito.

06 março 2011

Crítica - Cisne Negro




O filme “Cisne Negro” já foi comentado, satirizado, criticado, aclamado e muitos mais “ados” por aí. Eu hoje falo como projeto de cinéfila que sou, não tendo visto os outros filmes de Darren Aronofsky (tive que ir no Google ver como se escrevia o bendito do sobrenome, que ainda não aprendi).
A linha condutora narrativa nos traz a história de Nina (Natalie Portman), uma bailarina jovem e muito dedicada ao ballet. A companhia na qual dança, resolve fazer uma versão do tão aclamado “O Lago dos Cisnes”. Assim, o diretor Thomas Leroy (Vincent Cassel – Ótimo!!!), precisa encontrar uma solista, dentre tantas, capaz de interpretar tanto o Cisne Negro, como o Cisne Branco. Este mesmo diretor se vê dividido entre Nina, que tem a graça e fragilidade do Cisne Branco e Lily (Mila Kunis), que possui a sensualidade do Cisne Negro.
O enredo é basicamente simples. É só somar 2+2 e ver que o filme se basearia numa disputa entre as duas bailarinas pelo mesmo papel. Mas, como já haviam me falado sobre filmes anteriores de Aronofsky, não é tão simples assim.


Eu nem me atrevo a spoilar o filme, então nem vou contar o final nem os fatos que se sucedem. Mas se você já o viu, poderá divagar comigo sobre os aspectos técnicos e outros do filme em questão. Oscarizado apenas uma vez, arrematou vários outros prêmios em outras premiações. O que é triste, dado o fato de o filme ser um dos melhores do Oscar, acho eu. A melhor parte do filme, como muitos já sabem, é a belíssima interpretação de Natalie Portman, que levou o carequinha para casa. Além disso, é a brilhante fotografia (mas não tão brilhante assim, porque eu ainda prefiro a fotografia de “A Origem”). Ângulos bem diversificados. Bom jogo de câmeras nas cenas de dança ensaiada. A câmera, como disse o amigo Cassio Bezerra no blog “dialogando cinema”, dança, acompanhando o ritmo dos atores em cena. Mas nada que provoque labirintite. Interessante, também, é que não é nem um pouco um filme sobre ballet, nem um filme para menina. Já vi rapazes receosos de ver o filme por acharem que se trataria de algo voltado para o público feminino... tsc tsc tsc.


É mais uma história sobre pressão, sobre a necessidade de sermos perfeitos. Nina leva ao máximo o esforço de ser a escolhida para o papel. Tal esforço provaria ser atormentador. É algo que eu vejo em muitas pessoas, que exigem muito de si mesmas e agem como Nina. Mas lógico que no filme, de novo, as coisas não são tão simples assim.






Recomendo o filme. Mais uma prova de que o cinema independente não é de baixa qualidade por carregar o adjetivo “independente”. Aliás, pode até ser bem melhor em questão de roteiro e criação do que o cinema milionário com o qual estamos habituados e deveríamos escapar de ver em quando.

03 março 2011

Crítica - Amor e Outras Drogas



Como eu disse antes, a Disney é um chamariz para atrizes brilhantes em início de carreira. Só para citar, de novo, alguns exemplos: Amy Adams em “Encantada”, Julie Andrews em “Mary Poppins”, e por fim, Anne Hathaway em “O Diário da Princesa 1 e 2”. E é sobre a brilhante performance desta última que eu escrevo este humilde texto/crítica/resenha/ensaio ou como você, caro leitor, decida descrever.











Antes de tudo, sobre o filme: “Amor e Outras Drogas” resume-se a uma comédia romântica, mas nem tão clichê assim. Jake Gyllenhaal (lindo como sempre) faz o papel de um representante de uma firma farmacêutica. Ele, um personagem sagaz e mulherengo, usa de seu charme para convencer indefesas secretárias de clínicas, a deixá-lo “empurrar” seu produto (remédio), a fim de levar vantagem. Jake faz um tipo que não quer se comprometer com nenhuma mulher com quem saia... ou tenha sexo. É aquele tipo que todas nós mulheres conhecemos. O mulherengo que sai com todas, que tem cara de cafajeste (às vezes não só a cara), é safado na cama e por aí vai... Esse tipo de rapaz, em comédias românticas, é perfeito para criar uma persona que no meio da trama conhece uma moça que não quer nada com compromisso também, mas por alguma razão, acaba fisgando o rapaz. Até aí, tudo o que já conhecemos de comédias românticas anteriores.


 O legal de Amor e Outras Drogas, é que quebra um pouco o gelo do que seria uma comédia romântica representada na tela. Sem nenhum pudor, mostra a personagem de Anne (Maggie), totalmente nua em cenas bem iluminadas. Aos poucos, vamos descobrindo a nudez de Anne Hathaway, já mostrada com mais discrição em filmes anteriores. Jake também fica nu no filme. Porém, longe do que possa parecer, o nu dos dois atores fica entre o poético e o sexy, sem ser vulgar ou pornográfico.
Roteiro batido e final feliz. Não que eu não goste de finais felizes! Só dizendo que não nos impressionamos com o final.
Você deve estar se perguntando... Mas que diabos é tão legal nesse filme (além do que já foi dito) que faz dele uma das melhores comédias românticas para Raisa Marcondes? Eu respondo: Já te disse que sou fã da Anne Hathaway? Não? Ah, tá.

Ela brilha nesse filme, mais até do que brilha em “O Diabo Veste Prada”. Sua versatilidade é impressionante. Pode fazer uma menina tão insegura quanto Amélia em “O Diário da Princesa”, quanto pode fazer uma mulher fogosa e cheia de vida em “Amor e Outras Drogas”. Para quem gosta de comédias românticas que fogem um pouco e saem por outro viés daquele de filmes com Ashton Kutcher, fica a dica de um bom filme pro fim de semana. Mas corra logo, porque o filme já está saindo de cartaz!

02 março 2011

Crítica - O Vencedor



O próximo Rocky Balboa?
 – Não faz nem cinco minutos desde que o filme acabou. Não pude esperar para escrever sobre o longa que me trouxe à memória grandes momentos na franquia Rocky, nos saudosos anos 80. Mas, desta vez, o sentimento de satisfação por ter visto um bom filme foi maior.
A história é baseada em fatos reais. Isso por si só já seria um prato cheio para a academia, que adora pessoas reais sendo dramatizadas nas telas de cinema. Como se não bastasse somente isso, rendeu indicações para uma atriz veterana, não muito conhecida até o ano de 2009, quando foi indicada pelo filme de orçamento modesto, “Rio Congelado”. 








Agora, no ano de 2011, indicada e vencedora do Oscar, por seu trabalho em “O Vencedor”. Merecido. Estamos falando de Melissa Leo, obviamente. A “camaleoa”, parafraseando o crítico de cinema Rubens Filho. No filme, Melissa retrata a mãe de um lutador de boxe numa fase da carreira um pouco difícil, pelo menos no início do filme. Esse mesmo boxeador é interpretado por Mark Walhberg, ator que “faz o dever de casa certinho”, mas não o suficiente, até agora, para ser aclamado como um ótimo ator. O adjetivo “bom” é suficiente. Agora, o ponto máximo do filme, é quando entra em cena o irmão de Mark Walhberg, que faz o papel de Micky Ward. Christian Bale interpreta Dicky Ward, 
irmão/treinador/guru do boxe de Micky Ward. Como se não fosse o suficiente, é viciado em crack. Mais um prato cheio para a academia de artes cinematográficas, que adora um drogado sendo dramatizado em todos os seus defeitos, mas conquistando a simpatia, pelo menos o mínimo dela, por parte do público. É isso que Bale faz de melhor no filme. Um anti-herói. Pelo menos para mim. Também não poderia me esquecer de mais uma carinha bonitinha que tem muito talento: Amy Adams. Quem não se lembra dela como a princesa Gisele em “Encantada”? Pois é, a Disney tem um chamariz para atrizes maravilhosas em início de carreira. Só pra citar algumas: Anne Hathaway, Amy Adams, Julie Andrews... Pois bem, Amy faz o papel da namorada de Micky, que tenta convencê-lo, em algum momento do filme, que ele precisa se separar profissionalmente da família, para crescer na carreira.
Agora, falando tecnicamente, o que faz o filme manter a atmosfera de boxe é o jogo de câmeras e a fotografia nos momentos de luta. Dá-nos a impressão de estarmos assistindo a uma luta de boxe real, na TV, só que nas telas de cinema. Recurso que poderia ter sido utilizado em Rocky, o que lhe renderia mais realidade. Porém, o filme não era inspirado em fatos reais, e foi escrito e dirigido (?) pelo cara com mais indicações ao Framboesa de Ouro... Qual é mesmo o nome dele? Bom, deixa pra lá...
Nos momentos finais do filme (SPOILER!!!!), quando Micky Ward está prestes a voltar com tudo e ser campeão mundial, o momento de tensão aumenta. O jogo de câmeras, mais uma vez, muito bem utilizado. Amy Adams e Melissa Leo, nesse momento do filme, apesar de aparecerem somente em poucos momentos, não são ofuscadas por Bale nem Walhberg. Oscar merecido novamente, para Melissa Leo. Aliás, só pelo nome, ela poderia ganhar um prêmio (OK, OK, viajei um pouco). O Vencedor é um filme ótimo para quem é fã de filmes sobre superação. Também para quem gosta de filmes de luta como eu. Não é de verter lágrimas intermináveis, como em Karate Kid, e dificilmente será lembrado como clássico. Mas o espírito de luta presente no filme, é merecedor de boas críticas. Uma frustração? Sim. Mark Walhberg. Com um personagem tão rico, ele poderia ter se esforçado mais. Do jeito que estava no filme, poderia por até Keanu Reeves, que não faria diferença. Mas o personagem pedia uma atuação mais à altura. Será que ainda verei Mark Walhberg seguindo os passos de Brad Pitt? Pode não ser um ótimo ator, mas pelo menos, um dia, uma indicação ao Oscar? 

01 março 2011

Crítica - O discurso do Rei

O roteiro é baseado em uma história real. O elenco é composto em sua maioria por atores britânicos. O diretor, Tom Hooper, chega ao ponto máximo de sua carreira carregando uma história que fala de algo com o qual está acostumado: a realeza britânica. Seus trabalhos anteriores incluem mini-séries e filmes para a TV. Uma dessas mini-séries intitula-se “Elisabeth I”. Contar histórias sobre a família real já não era novidade para o jovem cineasta. Hooper nos traz uma história sobre um homem que, para muitos, tornou-se rei antes da hora. Na iminência da II Guerra Mundial, quando a sociedade britânica precisava de uma voz segura no meio da confusão, George VI deve se impor e declamar um discurso para acalmar os ânimos de seus fiéis súditos. Como todo bom roteiro que se preze, há um problema atrapalhando os planos do herói: Ele é gago. 
Colin Firth, o ator que vem de uma carreira em ascensão, nos brinda com um desempenho sensível nos detalhes. Retrata o drama de um chefe de estado, um rei, que precisa sobrepujar as dificuldades na fala, de maneira inteligente. Com certeza o Oscar é dele. Se não for premiado, pelo menos será sempre lembrado como o inglês que retratou de maneira magistral um rei que, acima de tudo, era um homem em conflito. Esses conflitos vêm à tona quando, pelas intervenções do fonoaudiólogo, o rei precisa discutir o seu passado para tentar entender quando e porque a gagueira começou. Esse papel de conselheiro e amigo é dado ao grande Geofrrey Rush. Ele que nos fez rir de seu pequeno papel em “Shakespeare Apaixonado”. Nos fez imaginar como Capitão Barbossa em “Piratas do Caribe”. Também já fez filmes sobre a realeza em “Elisabeth”. O senhor Rush, que recebeu uma nomeação ao Oscar por seu trabalho em “O discurso do rei”, juntamente com Firth, dá ao filme o ar da graça. Abençoam o longa com uma química digna de título “melhor dupla do ano”. Rush  não impressiona ninguém nesse filme, porque ele faz o desempenho que sempre dá aos seus personagens aquele motivo pelo qual não são esquecidos facilmente. É de se esperar, quando se trabalha com um profissional como Geoffrey Rush, um trabalho fenomenal. Sua presença em tela faz com que os outros, até Firth, percam o brilho e lhe deixem roubar a cena. Isso é o que faz um verdadeiro ator coadjuvante merecedor de uma estatueta. Falando de atuações dignas, não se pode deixar de mencionar Helena Bonham Carter, o terceiro papel neste tripé britânico. Carter, que também tem fãs adolescentes por seu trabalho em “Harry Potter”, faz o papel da rainha que não abandona o marido em tempos de crise. Talvez não leve o Oscar, mas com certeza tem seu mérito no filme. Nos retrata uma rainha que, antes de ser rainha, é uma esposa fiel. Não abandona o marido rei e sempre está disposta a torcer os dedos para que tudo dê certo.
Falando de aspectos técnicos: Fotografia. Esse talvez seja o que faz do filme uma obra prima da carreira de Hooper. A atmosfera da época, com suas incertezas e tristezas, tanto para o povo como para o próprio rei, são capturadas gentilmente por uma fotografia não inventiva, mas também não clichê. Os tons pastéis dão ao filme uma leveza ao olhar. Os enquadramentos, na cena da entrevista inicial médico-paciente, logo no início do filme, com a dupla Firth/Rush, nos acompanham desde aquele momento até o final do longa. Acompanhando a fotografia certeira, temos um figurino nem um pouco exagerado. Até para a realeza, as roupas se matem limitadas. Mas isso é o que dá realidade ao filme. Vemos tudo como um documentário, mas do que um filme.
Com certeza, uma das melhores realizações cinematográficas do ano de 2011. Atuações dignas de aplausos em pé. Aspectos técnicos de um filme feito em sincronia dentre os departamentos de trilha sonora, figurino, fotografia, edição e direção. Roteiro adaptado de maneira atenciosa aos momentos de maior dramaticidade da vida do rei, naquele momento incerto de seu governo. É uma história de um rei em busca de superação. Mais do que isso até. É a história de um homem que, com um amigo, inicia uma jornada de autoconhecimento e auto-afirmação. Um filme para todos que duvidam da maestria com que os britânicos ainda regem o cinema.