Hoje não, amanhã, talvez... Ontem, nunca!

[orkut] Marcondes, Raisa Larissa
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[facebook] Raisa Marcondes

''Escrever é o que me liberta e me faz imaginar
imaginar um mundo onde não tenha que me calar
Esperar por amanhãs melhores e noites mais quentes
Onde a lua não se esconde, onde a dor não se sente''

19 março 2010

Era uma vez...

Assim, como num sonho de uma manhã de outono. Aquele friozinho gostoso que serve de prefácio ao inverno rigoroso. Saiu de casa vestindo a única jaqueta de crochê, feita pela avó antes de partir para a esfera espiritual. Levava na bolsa muitos cartões de ônibus. Quase vinte. Cada um para uma linha diferente. Atravessou a rua, movimentada. Com fome, parou em frente de um ''lanche'' e pediu o maior sanduíche. A cada mordida a maionese saia espremida pelo outro lado do pão. Não fazia cerimônias. Quando o guardanapo caía, pedia de boca cheia mesmo:
''O senhor pode pegar pra mim?''

Assim mesmo Maria, uma de tantas, passava seus dias:
''Passe? Quer comprar passe moça? Dois reais. Aqui o troco. Vê pra mim quanto tem ainda no cartão? Dois reais, agora aumentou. Pra pagar na circular, vai ter que pagar dois e cinquenta.''

A cada passe vendido um ''glória a Deus'', ou um ''obrigado, Jesus''. A cada dia de passes vendidos, uma vitória! A cada dia vestindo o não tão agradável ''uniforme'' azul.

Agora a Maria, essa mesma, trabalha ainda com os passes. Pode ser vista na linha 335 e reconhecida como ''a tia do passe'', ou a ''senhora do passe''. Passa assim seus dias, vendendo passes. Passes que a fazem passar na vida, passes que lhe proporcionam o passeio de viver. Passes que não podem faltar. Passe que faz passar.

Quer passe moço?

2 comentários:

Ana Suzy disse...

Maravilhoso....amo vc minha linda...vc tem alma de publicitária, repórtes, comentárista...vc tem uma visão do mundo q me deixa orgulhosa...
te amo...
Ana suzy Jati

ana luiza verzola disse...

Depois você ainda alega que eu escrevo bem, né? Hahaha. Adorei, Raisa! :) Que venha o próximo post.

Beijo